Os
sistemas de suporte à vida do ônibus espacial automaticamente
fornecem ar e água para a tripulação. A
atmosfera do veículo é mantida semelhante às
condições encontradas na Terra. A pressão
do ar é controlada em 14.7 psi, como a atmosfera padrão
ao nível do mar. A composição do ar para
a tripulação é de 21% de oxigênio
e 79% de nitrogênio. Cada sistema de pressurização
da cabine usa normalmente 2 recipientes de armazenamento de
oxigênio e 2 de nitrogênio, além de um recipiente
de oxigênio de emergência. Uma pessoa normal consome
cerca de 0.8 kilos de oxigênio por dia. O sistema tem
que prover a composição adequada de ar suficiente
para toda a tripulação para o período previsto
da missão e com folga para situações anormais.
Além disso, visto que produzimos dióxido de carbono
ao respirarmos, a atmosfera do veículo tenderia a ficar
cada vez mais contaminada com esse gás a medida que o
tempo passa a bordo, o que seria impossível para a sobrevivência.
Portanto, existe um sistema composto de “canisters”
de hidróxido de lítio e carvão ativado
que filtra o ar e retira o dióxido de carbono e odores
do ar da cabine. Ventiladores circulam o ar continuamente no
ambiente e forçam a passagem do mesmo pelos filtros.
Os filtros são localizados no “mid deck”
e devem ser trocados periodicamente. O tempo de troca depende
do número de pessoas a bordo. São usados 2 canisters
de cada vez. Como exemplo, com quatro pessoas a bordo, os filtros
têm de ser trocados a cada 24 horas. Eles são trocados
alternadamente, isto é, troca-se 1 filtro a cada 12 horas.
A responsabilidade de trocar os filtros é compartilhada
pelos membros da tripulação e a escala é
feita pelo comandante e pelo controle de missão.
O
controle do sistema de pressurização fica no lado
esquerdo do painel do comandante, painéis L1 e L2. Existem
dois sistemas redundantes em paralelo, primário e secundário.
O painel permite selecionar as fontes de gases para cada sistema.
O
suprimento de oxigênio é carregado em forma de
líquido supergelado. O oxigênio líquido
evapora a –118 graus Celsius. Cada tanque de oxigênio
líquido possui aquecedores que vaporizam parte do líquido
supergelado. Dessa forma, a pressão dos tanques é
mantida entre 835 e 852 psi. Lembra do problema da Apollo 13?
Quando você abre a válvula de suprimento de oxigênio,
o gás flui dos tanques para um trocador de calor que
aquece o mesmo antes que passe pelo regulador. Quando o oxigênio
atinge a válvula de controle de mistura (O2/N2), sua
pressão é de 100 psi.
Os
tanques de nitrogênio são mantidos a 3300 psi.
O regulador do circuito de nitrogênio reduz sua pressão
para 200 psi. Esta é a pressão com que o gás
atinge a válvula de mistura.
Sensores monitoram constantemente a composição
do ar na cabine. Se os sensores indicarem necessidade de mais
oxigênio, as válvulas de mistura serão abertas
automaticamente (se assim estiverem configuradas) e permitiram
o oxigênio fluir para a cabine.
Um
grande abraço,
Marcos
Pontes